Conhecimento: Saiba como é feita a reentrada dos ônibus espaciais

Uma hora antes do ônibus espacial pousar tem início uma intrincada série de etapas conhecidas como processo de-orbital, quando uma manobra feita pelos computadores de bordo faz a nave se dirigir à Terra de costas. Neste momento os retro-foguetes são acionados por 3 minutos de modo a diminuir a velocidade de 28 mil km/h para 24 mil km/h, suficientes para a nave começar a perder altitude.

Ônibus espacial Discovery pousa na base de Cabo Kennedy, na Flórida, em março de 2009. (Créditos: NASA)

Perdendo velocidade, o ônibus espacial tende a perder altitude, o que faz aumentar o atrito sobre as altas da camada da atmosfera. Esse processo é conhecido como “reentrada”, e é um dos momentos mais críticos de toda a missão, somente comparável em risco aos 8 minutos iniciais do lançamento.

Durante a reentrada, a temperatura do corpo da espaçonave atinge mais de 1500 graus Celsius e é isolada por milhares de pequenas placas de cerâmica e silica, que revestem a parte inferior do ônibus espacial. O nariz e bordos de ataque da nave são protegidos de forma mais cuidadosa, já que produzem maior atrito e consequentemente mais calor. Cada placa de cerâmica é única e numerada e não pode ser substituída por outra que não seja sua réplica.

A elevada temperatura causada pelo atrito aquece os gases ao redor da espaçonave e os incandesce. Essa incandescência é conhecida como plasma e ocorre devido à ionização das partículas dos gases. Esse fenômeno bloqueia a propagação das ondas de rádio e impede a transmissão de dados e as comunicações de voz entre a nave e o centro de controle da missão.

Barreira do Som

Vinte e cinco minutos após o processo de-orbital, a nave atinge 129 km de altitude. Nesse ponto o transportador não tem meios próprios de retornar à orbita terrestre e sua única opção é pousar. À medida que sobrevoa o continente, dois fortes estrondos são ouvidos devido a quebra da barreira do som. O primeiro é causado pela onda de choque provocado pelo nariz da nave e o segundo é provocado pelas extremidades das asas do transportador, que passam fora do cone de ar criado pelo nariz.

O primeiro vídeo mostra os últimos instantes antes da reentrada, desde o momento em que a incandescência do plasma aquecido é observada pela tripulação até o momento do pouso, na Flórida. No segundo vídeo, mostra o momento em que os dois estampidos da quebra da barreira do som são ouvidos. Repare que os estampidos também são ouvidos no primeiro vídeo. Créditos: Nasa/Youtube.

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