Contagem regressiva para uma missão em Marte?

Esta semana, na Conferência da Estação Espacial Internacional e Marte, que acontece em Washington, Estados Unidos, o engenheiro de exploração espacial da Boeing, Ben Donahue, sugeriu aquela que seria a data ideal para o lançamento de uma missão em direção ao planeta vermelho: 9 de outubro de 2033. Segundo Donahue, nesse período o alinhamento entra a Terra e Marte criaria um “ano fácil” para a navegação interplanetária.

A data pode parecer distante, mas é importante lembrar que viagens espaciais sempre demandam grandes períodos de preparação antes de serem lançadas.

Apesar disso, outros participantes da conferência esperam uma data um pouco mais próxima e já visam os lucros e oportunidades que uma missão para Marte poderia trazer. Larry Williams, Vice Presidente de Relações Estratégicas da SpaceX, acredita que “antes do fim da década” o ser humano já poderia se lançar até Marte.

A SpaceX é uma das companhias americanas que mais crescem no setor da indústria aereoespacial. Na última quarta-feira (6/4), a empresa anunciou que lançará o foguete mais poderoso do mundo até o final de 2013. Chamado de Falcon Heavy, o foguete terá como sua primeira missão ir até o planeta vermelho e trazer amostras para a Terra.

Para Williams, as oportunidades comerciais e de desenvolvimento tecnológico que uma viagem humana para Marte pode trazer deve ser comparada com a corrida espacial durante a Guerra Fria. Nos anos 1960, a revolução espacial levou ao desenvolvimento de tecnologias de satélite, navegação por GPS e o avanço da Internet. Uma viagem para fora do planeta Terra poderia criar novos recursos, mercados e fronteiras.

Apesar disso, uma série de problemas ainda devem ser enfrentados antes que as viagens para Marte se tornem realidade. A NASA ainda precisa encontrar uma maneira para treinar melhor seus astronautas, reduzir a exposição deles à radiação espacial e criar novas estratégias para estocar suprimentos, por exemplo.
Uma missão de ida e volta até Marte, segundo estimativas da Agência Espacial americana, duraria cerca de 916 dias, ou seja, dois anos e meio: 210 dias para ir até lá, 496 dias de estadia e mais 210 dias para a viagem de volta.

Fonte: Olhar Digital

Eu não acredito que esta data permanecerá inalterada.
Até lá, muitas coisas acontecerão, e esta data pode ser alterada para antes ou depois de 2033.
Mas de qualquer forma, se você é jovem ainda e pretende um dia participar de uma missão dessas, já está na hora de começar a estudar 😀

NASA apresenta conceito de nave espacial

Nesta configuração completa, a Nautilus poderia manter uma tripulação de 6 astronautas por um período de até 2 anos. (Imagem: NASA)

Nautilus

A NASA divulgou os primeiros esboços de uma nave espacial voltada para a exploração espacial de longa duração.

A nave, chamada Nautilus-X, é projetada para ficar permanentemente no espaço, ou seja, ela deverá ser construída no espaço e não terá estrutura própria para pousar em planetas, luas e asteroides.

Contudo, a nave é modular, e pode ser construída em diversas configurações, dependendo da missão.

Como os módulos são interconectados de maneira semelhante aos módulos da Estação Espacial Internacional, os veículos de pouso podem ir acoplados ao corpo principal da nave, separando-se quando a Nautilus entrar em órbita do alvo a ser explorado.

Nautilus é uma homenagem ao submarino do capitão Nemo, o personagem de Júlio Verne em Vinte Mil Léguas Submarinas. Nautilus-X é uma sigla um tanto forçada para Atmospheric Universal Transport Intended for Lengthy United States X-ploration.

Esta seria uma configuração para exploração de um asteroide ou outro corpo celeste próximo à Terra. (Imagem: NASA)

Gravidade artificial

O que mais se destaca na nave é a presença de uma estrutura giratória destinada a gerar gravidade artificial.

A chamada “centrífuga integrada” pode ser um elemento importante para o conforto e bem-estar da tripulação, além de minimizar os efeitos danosos do ambiente de microgravidade sobre a saúde humana, ainda que não seja capaz de gerar o ambiente equivalente a 1G.

Em uma configuração completa, incluindo a capacidade para múltiplas missões – como a exploração de mais de um alvo no espaço – a Nautilus poderia manter uma tripulação de 6 astronautas por um período de até 2 anos.

A NASA estima que a Nautilus poderá ser construída usando a Estação Espacial Internacional como estaleiro. (Imagem: NASA)

O bloco básico de construção da nave são as estruturas infláveis atualmente em desenvolvimento pela Bigelow Aerospace, que planeja colocar um hotel espacial em órbita da Terra.

A NASA estima que a Nautilus poderá ser construída usando a Estação Espacial Internacional como estaleiro.

A construção levaria pouco mais de 5 anos (64 meses) a um custo estimado em US$3,7 bilhões, o que não inclui os módulos de pouso na Lua, em Marte em em algum asteroide.

Concepção do uso da Nautilus como um posto avançado, estacionado no Ponto de Lagrange L1, para a exploração da Lua. (Imagem: NASA)

Leia também: Vem aí o hotel espacial

Fonte: Inovação Tecnológica

Simulador da Terra Viva quer simular o planeta inteiro

Gareth Morgan – BBC – 29/12/2010

O Living Earth Simulator (Simulador da Terra Viva) quer recriar em computador tudo o que acontece na Terra.(Imagem: OneGeology)

Um grupo internacional de cientistas está tentando criar um simulador para recriar tudo o que acontece na Terra, desde os padrões do clima global à disseminação de doenças, passando por transações financeiras internacionais ou mesmo os congestionamentos nas ruas de uma cidade.

Acelerador de conhecimento

Batizado de Living Earth Simulator (LES, ou Simulador da Terra Viva), o projeto tem como objetivo ampliar o entendimento científico sobre o que acontece no planeta, encapsulando as ações humanas que moldam as sociedades e as forças ambientais que definem o mundo físico.

“Muitos problemas que temos hoje – incluindo as instabilidades sociais e econômicas, as guerras, a disseminação de doenças – estão relacionadas ao comportamento humano, mas há aparentemente uma séria falta de entendimento sobre como a sociedade e a economia funcionam”, afirma Dirk Helbing, do Instituto Federal Suíço de Tecnologia, que dirige o projeto FuturICT, que pretende criar o simulador.

Graças a projetos como o Grande Colisor de Hádrons, o acelerador de partículas construído na Suíça pela Organização Européia para Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês), os cientistas sabem mais sobre o início do universo do que sobre nosso próprio planeta, diz Helbing.

Segundo ele, necessita-se de um acelerador de conhecimento, para fazer colidir diferentes ramos do conhecimento.

“A revelação das leis e dos processos ocultos sob as sociedades constitui o grande desafio mais urgente de nosso século”, afirma.

O resultado disso seria o LES. Ele seria capaz de prever a disseminação de doenças infecciosas, como a gripe suína, descobrir métodos para combater as mudanças climáticas ou mesmo identificar pistas de crises financeiras incipientes.

O projeto SAEMC vai usar uma megarrede computacional para prever o clima das megacidades da América do Sul. (Imagem: OneGeology)

Hipercomputadores

Mas como funcionaria esse sistema colossal? Para começar, seria necessário inserir grandes quantidades de dados, cobrindo toda a gama de atividades no planeta, explica Helbing.

Ele também teria que ser movido pela montagem de supercomputadores que ainda estão para ser construídos, com a capacidade de fazer cálculos em uma escala monumental.

Apesar de os equipamentos para o LES ainda não terem sido construídos, muitos dos dados para alimentá-lo já estão sendo gerados, diz Helbing.

Por exemplo, o projeto Planetary Skin (Pele Planetária), da Nasa (agência espacial americana), verá a criação de uma vasta rede de sensores coletando dados climáticos do ar, da terra, do mar e do espaço.

Para completar, Helbing e sua equipe já começaram a identificar mais de 70 fontes de dados online que eles acreditam que possam ser usadas pelo sistema, incluindo Wikipedia, Google Maps e bases de dados governamentais.

A integração de milhões de fontes de dados – incluindo mercados financeiros, registros médicos e mídia social – geraria o poder do simulador.

Os simuladores quânticos talvez sejam uma alternativa para lidar com a infinidade de dados do projeto de simulação da Terra. (Imagem: Riken Research)

Web semântica

O próximo passo é criar uma base para transformar esse pântano de dados em modelos que recriem com precisão o que está ocorrendo na Terra.

Isso só será possível com a coordenação de cientistas sociais, especialistas em computação e engenheiros para estabelecer as regras que definirão como o LES vai operar.

Segundo Helbing, esse trabalho não pode ser deixado para pesquisadores de ciências sociais tradicionais, que tipicamente trabalham por anos para produzir um volume limitado de dados.

Também não é algo que poderia ter sido conseguido antes – a tecnologia necessária para fazer funcionar o LES somente estará disponível na próxima década, observa Helbing.

Por exemplo, o LES precisará ser capaz de assimilar vastos oceanos de dados e ao mesmo tempo entender o que significam esses dados.

Isso só será possível com a maturação da chamada tecnologia de web semântica, diz Helbing.

Hoje, uma base de dados sobre poluição do ar seria percebida por um computador da mesma maneira que uma base de dados sobre transações bancárias globais – essencialmente apenas uma grande quantidade de números.

Mas a tecnologia de web semântica será capaz de trazer um código de descrição dos dados junto com os próprios dados, permitindo aos computadores entendê-los dentro de seu contexto.

“Além disso, nossa abordagem sobre a coleta de dados deve enfatizar a necessidade de limpá-los de qualquer informação que se relacione diretamente a um indivíduo,” explica Helbing.

Segundo ele, isso permitirá que o LES incorpore grandes quantidades de dados relacionados à atividade humana sem comprometer a privacidade das pessoas.

Recentemente pesquisadores da IBM conseguiram simular o cérebro de um gato, abrindo caminho para um computador cognitivo. (Imagem: IBM)

Além das nuvens

Uma vez que uma abordagem para lidar com dados sociais e econômicos em larga escala seja acertada, será necessário construir centros com supercomputadores necessários para processar os dados e produzir a simulação da Terra, diz Helbing.

A geração de capacidade de processamento para lidar com a quantidade de dados necessários para alimentar o LES representa um desafio significativo, mas está longe de ser um impedimento.

Para Peter Walden, fundador do projeto OpenHeatMap e especialista em análise de dados, se olharmos a capacidade de processamento de dados do Google, fica claro que isso não será um problema para o LES.

Apesar de o Google manter segredo sobre a quantidade de dados que é capaz de processar, acredita-se que em maio de 2010 o site usava cerca de 39 mil servidores para processar um exabyte (1.000.000.000.000.000.000 bytes) de dados por mês – quantidade de dados suficientes para encher 2 bilhões de CDs por mês.

Se aceitarmos que apenas uma fração das “várias centenas de exabytes de dados sendo produzidos no mundo a cada ano seriam úteis para uma simulação do mundo, o gargalo do sistema não deverá ser sua capacidade de processamento”, diz Warden.

O simulador do sistema nervoso humano está disponível pela internet, como um software gratuito. (Imagem: Sensopac)

Encontrar utilidade nos dados

“O acesso aos dados será um desafio muito maior, além de descobrir como usá-los de forma útil”, afirma.

Warden argumenta que simplesmente ter grandes quantidades de dados não é suficiente para criar uma simulação factível do planeta.

“A economia e a sociologia falharam consistentemente em produzir teorias com fortes poderes de previsão no último século, apesar da coleta de muitos dados. Eu sou cético de que grandes bases de dados farão uma grande mudança”, diz.

“Não é que não sabemos o suficiente sobre muitos dos problemas que o mundo enfrenta, mas é que não tomamos nenhuma medida a partir das informações que temos”, argumenta.

Independentemente dos desafios que o projeto enfrenta, o maior perigo não é tentar usar as ferramentas computacionais que temos hoje e que teremos no futuro para melhorar nosso entendimento das tendências socioeconômicas, diz Helbing.

“Nos últimos anos, tem ficado óbvio, por exemplo, que necessitamos de indicadores melhores que o Produto Interno Bruto (PIB) para julgar o desenvolvimento social e o bem-estar”, argumenta.

No seu âmago, ele diz, o objetivo do LES é usar métodos melhores para medir o estado da sociedade, o que poderia então explicar as questões de saúde, educação e ambiente. “E por último, mas não menos importante, (as questões) de felicidade”, acrescenta.

Fonte: Inovação Tecnológica

Bactéria “alienígena” da NASA foi encontrada em lago na Califórnia

Olá pessoal, realmente fazia muito tempo que eu não aparecia por aqui para postar as notícias/artigos/imagens mais interessantes do mundo científico.
Acontece que estou em semana de provas na faculdade e com muito trabalho também, então fica meio difícil eu aparecer por aqui sempre.
Mas logo quando isso tudo acabar, eu vou me certificar de melhorar o site e trazer muito mais novidades.
O blog mudará de nome e também abrangerá tecnologia.

Mas enfim, hoje estou aqui para trazer um ótimo artigo da redação do Inovação Tecnológica.

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Amanhecer sobre o Lago Mono, no leste da Califórnia, local que pode marcar o início de uma nova era para a astrobiologia e para a biologia em geral. (Imagem: Science/AAAS)

Para quem esperava por ETs, a decepção foi geral. Mesmo quem especulou sobre bactérias extraterrestres deve ter ficado desencantado.

A NASA acaba de anunciar os resultados de um estudo que pode ter descoberto, na Terra, uma bactéria que, para sobreviver, não depende dos elementos químicos tradicionalmente associados à vida – e isto apontaria para a possibilidade de formas de vida no espaço diferentes da vida que conhecemos na Terra.

Busca por vida extraterrestre

Foram dias de intensas especulações depois que a NASA anunciou, no dia 29 de Novembro, que faria uma conferência hoje “para discutir uma descoberta em astrobiologia que irá impactar a busca por evidências de vida extraterrestre”.

Quem leu com atenção e se fixou apenas nos termos usados pela agência espacial não alimentou muitas expectativas – a NASA falava em impactar a busca por vida, e não sobre a localização de vida extraterrestre.

Além disso, nenhum dos cientistas que estarão presentes na conferência que acontecerá daqui a pouco tem ligação com qualquer projeto em andamento que pudesse ter colhido evidências diretas de vida extraterrestre.

A imprensa já havia recebido o material com antecedência, sob a condição de não publicá-lo antes das 19h00 (horário de Brasília). Mas um site holandês quebrou o chamado “embargo” e a revista Science autorizou a publicação antecipada da notícia.

A expectativa pode ter ofuscado um pouco o brilho do achado – mas é um achado importante e, se confirmado por outros experimentos e por outros cientistas, expande o conceito de vida, ao menos nas condições necessárias para mantê-la.
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NASA descobre Efeito Borboleta atuando no Sol

Modelo que mostra o espalhamento dos campos magnéticos na superfície do Sol, feito a partir das imagens da sonda SDO, revelando que campos distantes podem responder a alterações localizadas em um campo magnético superficial. (Imagem: Karel Schrijver)


Há muito se reconhece que as tempestades solares causam problemas tecnológicos na Terra, sobretudo nas comunicações via satélite.

Mas somente agora a sonda espacial SDO (Solar Dynamics Observatory), da NASA, deu aos cientistas uma visão completa da natureza dinâmica dessas tempestades, conforme elas acontecem na superfície do Sol.

Efeito Borboleta no Sol

E os dados da SDO indicam que o Efeito Borboleta é facilmente observável em nossa estrela: mesmo eventos de pequena escala espalham-se rapidamente e produzem fenômenos gigantescos que se espalham por quase todo o disco solar.

O Efeito Borboleta é uma metáfora para a sensível dependência de um sistema às suas condições iniciais, dentro da Teoria do Caos. A versão popular propõe que o bater das asas de uma borboleta pode gerar efeitos em cadeia até resultar em um tufão do outro lado do mundo.

“Mesmo eventos de pequena escala reestruturam regiões enormes da superfície solar,” diz Alan Title, coordenador do instrumento AIA (Atmospheric Imaging Assembly), a bordo da sonda SDO.

“Foi possível reconhecer o tamanho dessas regiões graças à combinação da cobertura espacial e temporal do AIA,” diz o cientista.

Instabilidades magnéticas

O instrumento captou várias pequenas labaredas que geraram instabilidades magnéticas e ondas cujos efeitos puderam ser claramente observados ao longo de uma porção substancial da superfície solar.

A câmera captura imagens inteiras do Sol em oito faixas de temperatura diferentes, que vão de 10.000 a 36 milhões de graus. Isto permite que os cientistas observem eventos completos, que seriam muito difíceis de discernir olhando para mapas de uma única temperatura, ou com um campo de visão mais fechado.

A sonda SDO começou a operar há cerca de dois meses, já tendo enviado as imagens do Sol de mais alta resolução já obtidas até hoje – veja Sonda da Nasa envia imagens inéditas do Sol.

William says: Demais cara, simplesmente demais!

Para quem quiser ver imagens da SDO, é só clicar aqui, e vídeos aqui.