Asteroides escuros e perigosos são descobertos nas vizinhanças da Terra

Telescópio Wise, que rastreia os céus na faixa do infravermelho, descobriu asteroides tão escuros que são virtualmente invisíveis a outros telescópios.(Imagem: NASA/JPL-Caltech/Ball)

Asteroides que ameaçam a Terra

Quando o telescópio de infravermelho Wise foi lançado, em dezembro de 2009, ele partiu com uma missão científica que inclui nada menos do que fazer um mapa completo do céu na faixa do infravermelho, detectando galáxias longínquas e estrelas frias demais para serem captadas com precisão por outros telescópios.

Mas dois outros objetivos chamaram muito mais a atenção e, um deles, eventualmente, poderá ter um impacto sobre a vida na Terra muito mais imediato.

Além da possibilidade de detectar a elusiva “Estrela X”, o Wise tornou-se a principal ferramenta disponível para a localização de asteroides com risco de impacto na Terra.

A preocupação com a possibilidade de um impacto cresceu depois que um painel de cientistas afirmou que, no nível atual da tecnologia, não estamos prontos para um “impacto profundo”.

Asteroides escuros como asfalto

A caçada infravermelha começou em janeiro, e os primeiros resultados não se fizeram esperar.

Em apenas seis semanas de observações, o Wise descobriu 16 asteroides anteriormente desconhecidos, com órbitas passando perigosamente próximas à Terra.

Nada menos do que 9 desses asteroides eventualmente ameaçadores refletem menos do que um décimo da luz do Sol que incide sobre eles. Um deles, particularmente, é escuro como asfalto, refletindo menos de 5% da luz solar.

Os dados mostram o valor do novo telescópio, já que seria impossível visualizar esses asteroides em outra faixa que não fosse o infravermelho. Como não refletem luz, é extremamente difícil visualizá-los com telescópios ópticos. Por outro lado, como eles não refletem a luz, elas a absorvem, aquecendo-se, o que facilita sua detecção em infravermelho.

Plano de órbita

Muitos desses asteroides escuros têm órbitas que são acentuadamente inclinadas em relação ao plano em que orbitam todos os planetas e a maioria dos asteroides.

Isto significa que os telescópios que atualmente varrem os céus em busca de asteroides com risco de colisão com a Terra podem estar deixando escapar muitos objetos com órbitas inclinadas porque esses telescópios passam a maior parte do tempo procurando objetos no plano orbital da Terra.

Para ver outras descobertas do Wise, veja Galáxias e cometas marcam estreia do telescópio Wise.

Galáxias e cometas marcam estreia do telescópio Wise

Cometa Siding Spring, visto em infravermelho pelo telescópio Wise.(Imagem: NASA/JPL-Caltech/UCLA)

Sábio

Um elenco diversificado de personagens cósmicos marcou a estreia do novo telescópio Wise (Wide Field Infrared Survey Explorer), lançado pela NASA nos últimos dias de 2009.

O WISE é um telescópio na faixa do infravermelho que ficará circulando em volta da Terra ao longo dos pólos para fazer um mapa completo do universo, detectando galáxias longínquas, estrelas frias demais para que sua luz seja captado com precisão por outros telescópios e até asteroides escuros, escondidos nas profundezas do Sistema Solar, de onde podem surgir “repentinamente” para se chocar com a Terra – veja mais detalhes em Telescópio Wise vai procurar Estrela X, asteroides ameaçadores e muito mais.

Monitoramento de asteroides e cometas

A fase científica da missão começou em Janeiro. Desde então, o Wise já enviou mais de 250.000 imagens em infravermelho do Universo. Agora a NASA divulgou as primeiras dessas imagens, já processadas e corrigidas.

As imagens selecionadas para divulgação incluem um cometa, uma nuvem onde se originam novas estrelas – um berço de estrelas, como dizem os astrônomos – a bela galáxia de Andrômeda e um distante aglomerado de galáxias.

“Estas primeiras imagens estão comprovando que a missão secundária da sonda, de ajudar a monitorar asteroides, cometas e outros objetos estelares, será tão criticamente importante quanto sua principal missão de levantamento de todo o céu no infravermelho,” diz Ed Weiler, um dos cientistas da missão.

Aqui, o berço de estrelas na nuvem NGC 3603, observado em infravermelho pelo Wise, aparece sobreposto ao mesmo ponto do céu observado em luz visível pelo telescópio Hubble. (Imagem: NASA/JPL-Caltech/UCLA/STScI/MPIA/Univ. of Heidelberg/Univ. of Illinois)

Poeiras de estrelas

Durante as observações, espera-se que o novo telescópio encontre dezenas de cometas desconhecidos, incluindo alguns que se aproximam bastante da Terra. O Wise ajudará a desvendar pistas, guardadas dentro desses cometas, sobre como nosso sistema solar pode ter-se formado.

“Todas essas fotos contam uma história sobre nossas origens e nosso destino, ambos ligados à poeira estelar,” disse Peter Eisenhardt, cientista da NASA. “O ‘Sábio’ (wise em inglês) vê cometas empoeirados e asteroides rochosos traçando a formação e a evolução do nosso sistema solar. Nós podemos mapear milhares de sistemas solares nascendo e morrendo em toda a nossa galáxia. Podemos ver os padrões de formação de estrelas em outras galáxias, e ondas de estrelas explodindo em aglomerados de galáxias a milhões de anos-luz de distância.”

Fonte: Inovação Tecnológica

Sonda da Nasa detecta asteroide próximo à Terra

A sonda Wise, operada pela Nasa, detectou um asteroide próximo à Terra, informou a agência espacial americana na terça-feira (26).

Este é o primeiro das centenas de objetos próximos ao planeta que a sonda deve detectar em sua missão de varrer o espaço com sensores infravermelhos.

“Não existe nenhum risco de este asteroide impactar a Terra”, declarou a Nasa, em um comunicado.

O corpo celeste, batizado com o nome de 2010 AB78, foi descoberto pela Wise em 12 de janeiro.

Os instrumentos da sonda observaram o asteroide durante um dia e meio, até que ele saiu de seu campo de visão.

Posteriormente, os cientistas utilizaram o telescópio de um observatório do Havaí para confirmar a descoberta, completou o comunicado da Nasa.

“Estamos encantados por achar nosso primeiro objeto próximo à Terra”, disse Amy Mainzer, cientista da missão no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência espacial.

Mainzer explicou que há muitas sondas que buscam objetos desse tipo próximos à Terra, mas todos com luz visível.

No entanto, alguns asteroides são escuros e não refletem muito a luz solar. Mas como têm temperatura, podem ser detectados por instrumentos com sensores infravermelhos.

Neste momento, o asteroide encontra-se a cerca de 158 milhões de km da Terra. Calcula-se que seu diâmetro seja de aproximadamente 1 km, e que gire em torno ao Sol em uma órbita elíptica.