Vídeo amador registra outro impacto contra o planeta Júpiter

Um objeto de grandes dimensões atingiu na noite de quinta-feira a face visível do planeta Júpiter, produzindo um forte clarão que pode ser registrado por astrônomos amadores que observavam o planeta. Ainda não existem informações sobre a natureza do objeto impactante, mas acredita-se que seu tamanho possa ser superior a 1 quilômetro de diâmetro.

Imagem de Júpiter registrada pelo astrônomo amador Anthony Wesley mostra o momento exato do impacto. A Terra aparece como referência de tamanho. Na sequência, vídeo feito nas Filipinas pelo astrônomo amador Christopher Go, mostrando o instante do choque. (Créditos: Anthony Wesley/Christopher Go/Youtube/Apolochannel)

O impacto contra a atmosfera joviana se deu às 23h31 pelo horário de Brasília e produziu um intenso flash de curta duração com aproximadamente 1000 quilômetros de diâmetro. Segundo o astrônomo amador Anthony Wesley, da Austrália, devido ao horário desfavorável ainda não foi possível verificar traços remanescentes deixado pelo impacto.

Nas Filipinas, o astrônomo amador Christopher Go não escondeu a emoção ao conseguir registrar o choque através de imagens. “Ainda não acredito que consegui registrar, em tempo real, um impacto. É inacreditável!”

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Júpiter perdeu uma faixa gigantesca em seu hemisfério sul

A faixa estava lá no final de 2009, antes que Júpiter se movesse para perto demais do Sol para ser observado da Terra. Ao emergir, em Abril, a listra havia desaparecido. (Imagem: Anthony Wesley)

Causas desconhecidas

Júpiter perdeu uma das suas listras mais proeminentes, deixando o seu hemisfério sul estranhamente vazio.

Os cientistas ainda não sabem o que provocou o desaparecimento da gigantesca faixa escura. A aparência de Júpiter é tipicamente marcada por duas faixas escuras em sua atmosfera – uma no hemisfério norte e outra no hemisfério sul.

Mas as imagens mais recentes, feitas por astrônomos amadores, mostram que a faixa sul simplesmente desapareceu.

Mistério

A faixa estava lá no final de 2009, antes que Júpiter se movesse para perto demais do Sol para ser observado da Terra.

Quando o planeta emergiu do ofuscamento causado pelo brilho do Sol, contudo, no início de Abril, o cinturão sul simplesmente havia desaparecido.

Segundo a revista New Scientist, esta não é a primeira vez o cinturão sul de Júpiter desaparece. Ele ficou sumido em 1973, quando a sonda espacial Pioneer 10 tirou as fotos mais próximas do planeta já feitas até então. Ele sumiu temporariamente de novo no início de 1990.

Camadas de nuvens

As faixas de Júpiter podem normalmente parecer escuras simplesmente pela falta, nesta região, das nuvens de grandes altitudes, mais claras, presentes nas outras regiões, revelando as nuvens escuras abaixo.

“Você está olhando para diferentes camadas da estrutura de nuvens do planeta,” disse Glenn Orton, do Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA, em entrevista à revista.

Do Inovação Tecnológica

Japão enviará nave movida à energia solar para Vênus

O uso da energia solar para mover aviões, barcos, carros, vem sendo cada vez mais testada por especialistas e aventureiros. Não há dúvida de que esse tipo de energia limpa pode substituir os combustíveis que estamos acostumados.

Concepção artística mostrando a nave japonesa Ikarus que viajará para Vênus utilizando a energia solar. Seu lançamento está previsto para o dia 18 de maio. (Créditos: JAXA)

O Japão saiu na frente ao preparar o lançamento de uma nave não tripulada movida à energia do Sol, que irá partir rumo ao planeta Vênus.

Quando a nave estiver no espaço, logo após o seu lançamento, a cabine em formato de cilindro irá se separar do foguete e girar até 20 vezes por minuto. Esse movimento irá expandir e abrir suas velas ou braços, extremamente finos. A nave funcionará então, como um grande veleiro deslizando no espaço. Ela será empurrada pelas partículas solares, além de ter células que aproveitarão a energia solar.

O projeto da Agência Espacial Japonesa (Jaxa) é para uma missão de seis meses até Vênus e posteriormente, Júpiter será o outro destino.

A nave foi batizada de Ikarus (Interplanetary Kite-craft Accelerated by Radiation of the Sun) fazendo referência ao personagem da mitologia grega, Ícaro. Ele morreu ao tentar escapar da Ilha de Creta quando voou próximo demais do Sol usando asas de pena e cera construídas por seu pai, Dédalo.

O lançamento de Ikarus está previsto para o dia 18 de maio a partir do Centro Espacial Tanegashimano, na ilha de mesmo nome, no Japão. Todo o projeto custará cerca de US$50 milhões.
Terra
A Agência Internacional de Energia (IEA) estima que a tecnologia solar deva gerar 3 mil gigawatts de energia até 2050. Ela irá responder por 11% de toda a eletricidade do mundo. As projeções superam dados anteriores da IEA, que falavam em 1.600 gigawatts de eletricidade por ano no mesmo período.

Fonte: Apolo11

Astrônomos desvendam segredos da Grande Mancha Vermelha de Júpiter

Imagens termais da grande tempestade de Júpiter pela primeira vez se equiparam com a resolução das imagens ópticas captadas pelo Hubble, mostrando aos cientistas estruturas até agora desconhecidas no interior da maior tempestade do Sistema Solar.(Imagem: ESO/NASA/JPL/ESA/L. Fletcher)

Grande Mancha Vermelha de Júpiter

Novas imagens termais obtidas por alguns dos maiores telescópios terrestres mostram redemoinhos de ar quente e regiões frias nunca antes observadas no interior da Grande Mancha Vermelha de Júpiter.

Com estas novas imagens, os cientistas puderam fazer o primeiro mapa detalhado das condições meteorológicas no interior desta tempestade gigante, relacionando sua temperatura, ventos, pressão e composição, com a sua cor.

“Esta é a primeira vez que vemos com grande detalhe o interior da maior tempestade existente no Sistema Solar,” diz Glenn Orton, que liderou a equipe de astrônomos que reuniu pesquisadores do Very Large Telescope, do Observatório Europeu do Sul, e por outros grandes telescópios terrestres.

A Grande Mancha Vermelha de Júpiter tem sido observada, de uma forma ou de outra, há séculos, com observações contínuas da sua forma começando no século XIX. A mancha, que é uma região fria – cerca de -160º Celsius – é tão grande que cerca de três Terras caberiam no seu interior.

Maior tempestade do Sistema Solar

“Até agora pensávamos que a Grande Mancha Vermelha era uma forma oval simples, sem grande estruturação, mas estes novos resultados mostram que, de fato, ela é extremamente complicada,” diz Orton.

As observações mostraram aos cientistas o sentido dos padrões de circulação do interior desta que não é apenas a maior, mas a mais duradoura tempestade do Sistema Solar.

As imagens codificadas em cores revelam que o vermelho mais intenso da Grande Mancha Vermelha corresponde a um núcleo quente no interior de um sistema de tempestade que é tipicamente muito frio.

As imagens mostram ainda faixas escuras nas bordas da tempestade, onde os gases estão descendo para regiões mais internas do planeta.

Imagens termais e visíveis

As imagens termais foram quase todas obtidas com o instrumento VISIR, montado no Very Large Telescope, no Chile. As restantes foram obtidas pelo telescópio Gemini Sul, no Chile, e pelo telescópio Subaru (do Observatório Astronômico Nacional do Japão), no Havaí.

As imagens têm um nível de resolução sem precedentes e cobrem uma extensão maior do que a alcançada pela sonda espacial Galileo, da NASA, no fim da década de 1990.

Juntamente com observações da estrutura interna das nuvens, obtidas pelo telescópio Infrared Telescope Facility da NASA, no Havaí, o nível de detalhe térmico observado é, pela primeira vez, comparável a imagens obtidas na faixa da luz visível pelo Telescópio Espacial Hubble.

Tempestade em quatro dimensões

O instrumento VISIR permitiu mapear a temperatura, os aerossóis e a amônia no interior e em torno da tempestade. Cada um destes parâmetros diz como as condições climáticas e os padrões de circulação variam no interior da tempestade, tanto espacialmente (em 3 dimensões) como no decorrer do tempo.

As observações obtidas com o VISIR ao longo dos anos, em conjunto com observações feitas por outros instrumentos, revelam que a tempestade como um todo é incrivelmente estável, apesar da turbulência, das convoluções e dos encontros com outros anticiclones que afetam sua região periférica.

“Uma das descobertas mais intrigantes mostra que a cor laranja avermelhada mais intensa situada na parte central da mancha é cerca de 3 a 4 vezes mais quente do que o ambiente ao seu redor,” diz o autor principal do estudo, Leigh Fletcher.

Vermelho quente

Esta diferença de temperatura pode não parecer significativa mas é suficiente para permitir que a circulação da tempestade, feita normalmente no sentido anti-horário, se altere para uma circulação fraca no sentido horário bem no centro da tempestade.

E não apenas isto, mas esta variação de temperatura é suficiente para alterar a velocidade do vento e afetar os padrões de nuvens em outras regiões de Júpiter.

“Esta é a primeira vez que podemos dizer que existe uma relação íntima entre as condições ambientais – temperatura, ventos, pressão e composição – e as cores reais da Grande Mancha Vermelha,” diz Fletcher.

“Embora possamos especular, ainda não sabemos ao certo quais os elementos químicos ou os processos que causam a intensa cor vermelha, mas sabemos agora que esta cor está relacionada com as variações das condições climáticas no coração da tempestade,” conclui ele.

Da Inovação Tecnológica

Exoplaneta “temperado” pode ser Pedra de Roseta da galáxia

Imagem artística do primeiro exoplaneta cujas propriedades poderão ser estudar em profundidade, tornando uma espécie de pedra de Roseta da pesquisa em planetas fora do Sistema Solar. (Imagem: Corot)

Água líquida

Um grupo internacional de cientistas, com participação brasileira, descobriu um exoplaneta – ou planeta extrassolar, um planeta fora do Sistema Solar – com temperaturas superficiais consideradas estáveis e moderadas.

Os cálculos realizados até o momento indicam que as temperaturas em sua superfície variam entre -20º C e 160º C – embora a máxima esteja muito acima da encontrada na Terra, ela está muito abaixo da normalmente encontrada nesses planetas, chamados de “gigantes gasosos”.

“Nessas temperaturas pode até existir água no estado líquido”, avalia o professor Sylvio Ferraz-Mello, da USP, que integra a equipe de mais de 60 cientistas que estudam os dados coletados pelo telescópio espacial CoRoT.

Semelhanças com Júpiter e Mercúrio

O novo planeta, batizado de CoRoT-9b, lembra bastante os encontrados no Sistema Solar. Ele tem o tamanho aproximado de Júpiter, mas uma órbita semelhante à de Mercúrio.

Ele está bem próximo de uma estrela similar ao Sol, na constelação Serpens Cauda, distante cerca de 1.500 anos-luz da Terra. O exoplaneta completa uma órbita em torno de sua estrela em apenas 95 dias.

São conhecidos, atualmente, cerca de 400 exoplanetas, dos quais 70 orbitam uma estrela central. Esses planetas têm órbitas muito curtas ou excêntricas, com temperaturas superficiais extremas.

Planeta familiar

Segundo os autores do estudo, as características do planeta se encaixam nos modelos padrões de evolução e ele provavelmente tem uma composição interna parecida com a de Júpiter ou a de Saturno.

“O CoRoT-9b é o primeiro exoplaneta até hoje encontrado que realmente se assemelha aos planetas em nosso Sistema Solar”, apontou Hans Deeg, do Instituto de Astrofísica de Canárias e primeiro autor do artigo.

“Esse é o primeiro exoplaneta cujas propriedades podemos estudar em profundidade. Ele pode se tornar a pedra de Roseta da pesquisa em exoplanetas”, disse Claire Moutou, do Departmento de Astrofísica da Universidade de La Laguna, na Espanha, um dos autores do estudo.

É assim que os astrônomos 'enxergam' os exoplanetas, medindo a variação da luz recebida de sua estrela quando o planeta passa à sua frente, ou seja, quando ele fica entre a estrela e a Terra. (Imagem: Deeg et al./Nature)

Trânsito planetário

O CoRoT-9b passa em frente à sua estrela a cada 95 dias – conforme observado da Terra. Esse “trânsito’ dura cerca de 8 horas e fornece aos astrônomos muita informação adicional do planeta. Esses detalhes são muito importantes, uma vez que o planeta compartilha muitas características com a maioria dos exoplanetas descobertos até hoje.

“Como no caso dos nossos planetas gigantes, Júpiter e Saturno, o novo planeta é formado basicamente de hidrogênio e hélio. E pode conter outros elementos, como água e pedras em elevadas temperaturas e pressão, em um total de até 20 vezes a massa da Terra”, disse Tristan Guillot, do Observatório da Côte d’Azur.

Planeta ovalado

As informações sobre a temperatura e a forma do novo exoplaneta foram obtidas por medidas espectrográficas feitas a partir de um observatório no Chile.

O trabalho na USP, de acordo com o professor Ferraz-Mello, envolve duas frentes de estudos: o tratamento das observações feitas no Chile, que permite obter medidas espectrográficas que determinam a massa do planeta, por exemplo, e o estudo dos fenômenos das marés nos planetas, que afetam sua rotação.

“O CoRot-9b não é completamente esférico. Ele é levemente ovalado”, observa o cientista, destacando que o planeta que acaba de ser anunciado demonstra um grande potencial para futuros estudos de suas características físicas e atmosféricas.

Análises demoradas

O satélite CoRoT identificou o planeta após 150 dias de observações durante o verão de 2008. “Na verdade, o CoRot9-b foi descoberto há cerca de dois anos, mas somente agora é que ele foi anunciado”, conta Ferraz-Mello.

Os parâmetros do planeta foram verificados no ano passado com o IAC-80 telescópio no Observatório do Teide, em Tenerife, e com outros telescópios, enquanto que as observações com o instrumento HARPS (High Accuracy Radial velocity Planet Searcher) no telescópio de 3,6 metros do ESO no Chile, medido a sua massa, e confirmou que o Corot-9b é de fato um exoplaneta – daí a demora na divulgação da descoberta.